O Papel do Psicólogo no Processo de Emagrecimento
- Daniele Freitas

- 1 de jun. de 2023
- 2 min de leitura
Muitas vezes, quando falamos de emagrecimento e cuidado com a saúde, é comum pensarmos imediatamente no nutricionista e no professor de educação física. No entanto, é essencial destacar que o tratamento para a obesidade, por exemplo, requer a atuação de uma equipe multidisciplinar, e um membro crucial dessa equipe é o psicólogo. Estudos têm revelado uma associação entre a depressão e a obesidade, sendo que a prevalência de depressão em indivíduos obesos é duas vezes maior do que em pessoas com peso normal¹.
No contexto do emagrecimento, o papel do psicólogo é fundamental. Ele é responsável por identificar os comportamentos, pensamentos e emoções que podem interferir no processo, além de auxiliar no desenvolvimento de estratégias comportamentais para superar os desafios. Estudos têm mostrado que alterações significativas no peso também podem indicar a presença de transtornos mentais, como ansiedade generalizada, transtorno bipolar, depressão e outros. Portanto, uma abordagem integrada que considera os aspectos emocionais e comportamentais é essencial para o sucesso a longo prazo.
A adesão a mudanças no estilo de vida é um dos principais fatores para obter sucesso a longo prazo. Nesse sentido, o psicólogo desempenha um papel fundamental ao ajudar os indivíduos a enfrentar situações desafiadoras e promover a adoção de um estilo de vida saudável. Além disso, questões gerais como autoestima e cuidado pessoal, administração das preocupações com imagem corporal e a manutenção do peso alcançado são igualmente importantes. Comprometer-se com a mudança de estilo de vida e manter um programa de acompanhamento com profissionais são fundamentais para alcançar os objetivos de perda de peso e melhorar significativamente a saúde e qualidade de vida.
Pesquisas têm revelado uma associação entre a qualidade da dieta, a obesidade e a depressão. Uma dieta pobre em nutrientes essenciais, como ácidos graxos ômega-3, vitaminas do complexo B, zinco e magnésio, foi associada a um maior risco de depressão. Além disso, padrões alimentares pouco saudáveis, como a dieta ocidental caracterizada pelo consumo excessivo de alimentos processados e ricos em gordura saturada e açúcar, também foram associados a um maior risco de depressão².
Autores também encontraram evidências de uma relação bidirecional entre obesidade e depressão. Por um lado, a obesidade aumenta o risco de desenvolver depressão, provavelmente devido a fatores biológicos, psicossociais e estigmatização relacionados ao excesso de peso. Por outro lado, a depressão também pode levar ao ganho de peso e obesidade, devido a mudanças no apetite, no metabolismo e no comportamento alimentar.
Além disso, os pesquisadores também observaram que a presença de obesidade pode influenciar negativamente o prognóstico da depressão. A obesidade foi associada a uma maior gravidade dos sintomas depressivos, menor resposta ao tratamento antidepressivo e maior risco de recaída. Portanto, o trabalho do psicólogo também inclui auxiliar o paciente na adesão do plano alimentar prescrito pelo nutricionista, contribuindo para reduzir o risco de desenvolver depressão e promover a saúde mental.
FONTES:
¹Blasco BV, García-Jiménez J, Bodoano I, Gutiérrez-Rojas L. Obesity and Depression: Its Prevalence and Influence as a Prognostic Factor: A Systematic Review. Psychiatry Investig. 2020 Aug;17(8):715-724. doi: 10.30773/pi.2020.0099. Epub 2020 Aug 12. PMID: 32777922; PMCID: PMC7449839.
²Patsalos O, Keeler J, Schmidt U, Penninx BWJH, Young AH, Himmerich H. Diet, Obesity, and Depression: A Systematic Review. J Pers Med. 2021 Mar 3;11(3):176. doi: 10.3390/jpm11030176. PMID: 33802480; PMCID: PMC7999659.

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